Tempo, trabalho e estudo


No mundo contemporâneo em que vivemos, marcado pelo capitalismo, o consumismo impera soberano e as pessoas dedicam grande parte de suas vidas ao exercício da mente, seja no trabalho ou enquanto se capacitam para ele, com o objetivo é de garantir um futuro próspero do ponto de vista econômico. Em busca disso, pode-se perceber que é cada dia mais comum jovens e adultos dedicarem parte do seu tempo para fazer faculdade, conciliando com o trabalho.

Em contrapartida, algumas pessoas de sorte têm o privilégio de apenas estudar, resultado decorrente de ter passado em uma faculdade pública ou por ter os estudos custeados pelos pais, avós, parentes etc.

Mas existem também aqueles que mesmo estudando em faculdades públicas trabalham a fim de conquistar a independência financeira ou por necessidade, seja para sustentar a casa, uma família ou garantir os estudos.

Para compreender os desafios de uma rotina intensa de conciliação de trabalho e estudo, o Factual 62 entrevistou estudantes da Faculdade Cearense (FaC) e de universidades públicas, para perceber quais as diferenças entre àqueles que se dedicam aos estudos em tempo integral e os que se dividem entre trabalho e estudo. Abaixo publicamos alguns depoimentos de pessoas que falam sobre suas vidas e a “mágica” que operam para lidar com as exigências das instituições de ensino, além das dificuldades para conquista do diploma.

Amir Silveira, 18 anos, estudante do curso de Letras na Universidade Estadual do Ceará (UECE), nos contou que apenas estuda e devido a isso ele considera o seu rendimento muito bom. “Só estudo, não trabalho, pois quero ter mais tempo pra estudar, como pra fazer algumas outras atividades, como música, academia e namorar”, afirma.

Vanessa Carvalho, 20, estudante do curso de Jornalismo na FaC no período da manhã, conta que só estuda e que na época em que estagiava a sua rotina ficou bastante corrida, mas garante que com bastante esforço é possível continuar com um bom rendimento no estágio/trabalho e na faculdade. “Eu fiz estágio há algum tempo. Durou um mês e levava cerca de cinco horas diárias, fora a última semana onde eu, por vontade própria, fiz parte de uma maratona no domingo. Foi um pouco complicado produzir todos os trabalhos que se acumularam no tempo em que eu estagiei. Eu já costumava estudar de última hora pras provas (admito que sempre fiz isso), mas isso se tornou uma necessidade e não opção durante esse mês. Assim que terminei eu pude sentir mais alívio. Naqueles dias eu fiquei nervosa por não poder pensar em nada além de comer e dormir quando chegasse em casa”, conta.

Lucas Rodrigues, 18, cursa Engenharia Química na Universidade Federal do Ceará (UFC). “O meu curso é bem puxado, estudo pela manhã e tarde e ainda dou aula particular, às vezes, é um pouco corrido e bem cansativo, mas consigo tirar notas boas. O horário das aulas particulares é bem flexível, assim consigo arranjar um tempo para estudar”, conta.

Eudázio Menezes, 47, cursa Direito na FaC, trabalha e mora em Maracanaú, na região metropolitana, todo dia percorre o percurso de 18km até a instituição. Ele conta que a sua rotina é bastante cansativa, porque sai 7h30min para o trabalho e muitas vezes de lá vai direto para a faculdade. O tempo que lhe resta para dar maior atenção aos estudos é no fim de semana. “Às vezes, essa rotina atrapalha no meu rendimento, mas o que me deixa motivado é a questão de jovens que não trabalham, têm os estudos custeados pelos pais e jogam a oportunidade fora, não se dedicam aos estudos quando têm oportunidade. Eu não tive oportunidade na minha juventude, comecei a trabalhar muito cedo, mas quando pude, agarrei logo. Hoje faço o curso de Direito como uma realização de um sonho desde meus 10 anos de idade”, explica.

Gerardo Anésio, 58, que também cursa Jornalismo na FaC, trabalha na área há algum tempo, em uma rádio AM. Ele conta que a rotina é puxada. “Estudar e trabalhar não é fácil”, afirma. O jornalista de profissão conta que não se formou antes na área devido ter se casado cedo, vieram os filhos e teve que trabalhar para manter a família. Então, os estudos foram ficando em segundo plano, “foi sendo adiado e só agora tenho tempo para me tornar um futuro jornalista de diploma na mão”, explica.


Para Samuel Carlos, 23, que trabalha e estuda o terceiro semestre de Serviço Social na Fac, mas que divide com os pais o pagamento de sua mensalidade acadêmica, a conciliação entre as responsabilidades de trabalho e faculdade “atrapalham, no sentido de conseguir melhores notas, no campo da pesquisa e de participar de eventos, mas, em relação a manter o curso e tirar notas positivas é possível” Para ele, “dificulta na questão da expansão, o ir além da nota”.

Trabalhar e estudar, sem dúvida, não é uma tarefa fácil, por que essa rotina envolve uma jornada de outros afazeres, como estágios, tempo para estudo, provas e seminários. E quando a faculdade fica bem distante da casa do estudante, certamente poucas horas de sono na noite le vai ter. Mas, existem outras tarefas que ficam de lado por conta do “pouco tempo”, como a prática de esportes e pouquíssimos minutos para se alimentar.

Quais as consequências na saúde, na qualidade de vida dos universitários?

Segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), jovens que enfrentam dupla jornada têm sua qualidade de vida prejudicada.

Uma das principais conclusões é que os alunos trabalhadores têm o sono prejudicado, tanto na quantidade de tempo como na qualidade. Assim, o desempenho acaba caindo, tanto nos estudos como no trabalho. Além da sonolência e da dificuldade de concentração, dormir pouco frequentemente pode levar a uma deficiência na secreção do hormônio de crescimento e causar prejuízos ao sistema imunológico.

Aprender administrar melhor o tempo é fundamental, principalmente para quem tem uma jornada extra no cuidado com os filhos. O rendimento muitas vezes deixa a desejar, se compararmos aos alunos que só estudam.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Hora do “lanche” é a hora mais feliz

Opções de alimentação dentro e fora da FaC ajudam os alunos a cuidar da saúde e economizar.

Alimentação é quase sempre sinônimo de preocupação entre as pessoas, principalmente quando a mesma precisa ser feita fora de casa. A cesta básica do Fortalezense foi considerada a mais cara do Brasil, de acordo com a última pesquisa realizada, em setembro deste ano, pela Proteste Pesquisas.  Por decorrência disso, alimentar-se fora de casa está custando cada vez mais. Na Faculdade Cearense (FaC) os alunos têm a sua disposição uma cantina em cada campus, que oferecem uma variedade de opções, além de vários ambulantes no entorno dos campus que proporcionam uma maior oferta.

Segundo o representante da instituição, prof. Marco Antônio, a FaC tem, aproximadamente, três mil novecentos e sessenta alunos matriculados nos turnos da manhã e noite. Com esse volume de pessoas, as cantinas precisam ter uma oferta de alimentos que possa suprir a grande demanda dos alunos. 

Há cinco anos à frente das cantinas dos campus I e II da FaC, Elcias Bezerra Filho, mas conhecido como “tio da cantina”, oferece para os estudantes um leque variado de opções de lanche, tais como: salgados diversos, sobremesas, bolos, lasanhas, pratinhos típicos, sanduíches naturais, vitaminas, sucos, refrigerantes, entre outras opções.

Em média, o “tio da cantina” atende por dia cerca de 800 estudantes nos períodos da manhã e noite. Dentre as opções, o mais procurado é o velho salgado com refrigerante, que custa R$ 3,50. Ele afirma que são vendidos em torno de 200 salgados no turno da manhã e 300 no turno da noite.

Elcias já alimentava os estudantes da FaC muito antes de arrendar a cantina. Ele trabalhava com um carrinho de lanches na calçada da faculdade e, com o passar do tempo, as pessoas começaram a gostar dos lanches e surgiu o convite para trabalhar dentro da instituição. Todos os semestres a cantina passa por melhorias na estrutura, no quadro de funcionários e também na inovação do cardápio. Em relação ao valor dos produtos, o “tio” garante que é de acordo com o valor de mercado e acessível ao bolso do estudante.

O consumo de alimentos no interior da Faculdade Cearense é intenso, principalmente no período da noite, quando se concentra o maior volume de alunos da instituição. Segundo análise do economista Claudio Salgueiro, professor e pesquisador de Economia Doméstica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 30% do salário do brasileiro é gasto com alimentação. Quando se trata de pessoas que só realizam suas refeições fora de casa, esse número cresce para aproximadamente 43%, ou seja, se gasta quase metade do salário em alimentação.

Realizando um comparativo entre os valores médios de um lanche na cantina da FaC, composto por um salgado e um refrigerante, podemos constatar que o estudante gasta em média R$ 3,50 por dia. Se ele alimentar-se todos os dias, em um mês gastará em torno de R$ 73,50. Esse valor, baseado no salário mínimo de R$ 670,00, é equivalente a pouco mais de 11%. “É relevante lembrar que estamos tratando apenas de um “lanche” realizado pelo estudante, se considerarmos que esse mesmo estudante almoça na rua, esse percentual de gastos com alimentação aumenta significativamente”, completa o economista. 

Já nos arredores da FaC, a oferta de serviços, valores e opções de lanches é a mais variada possível. São aproximadamente 12 ambulantes nas proximidades dos campus I e II, com opções de comidas para todos os gostos. Espetinhos, pratinhos típicos, cachorro quente, batatinha frita, sanduíches e outras diversidades. Em pesquisa, observamos que entre os vendedores ambulantes os preços podem ser mais baratos ou mais caros, porém as opções encontradas são mais variadas do que nas cantinas internas.

O vendedor ambulante, Caetano, 43 anos, afirma que seus preços são bem acessíveis aos alunos, pois sabe das dificuldades que eles têm para sair do trabalho para a faculdade e lanchar todos os dias. “Por saber dessa dificuldade dos alunos, mantenho os preços bem em conta”, afirma. 

Segundo Caetano, ele atende uma média de 300 alunos por dia e há 8 anos monta sua barraquinha do lado da Faculdade Cearense, que funciona das 17:30 às 22:00. O maior movimento é a partir da hora do intervalo, das 20:00 às 21:00.

O estudante do 6º semestre de Jornalismo, Eduardo Soares, 31 anos, acha interessante a presença de ambulantes nos arredores da FaC, dando outras opções em relação ao lanche e também aos preços que acabam sendo mais baratos do que nas cantinas da faculdade, além de dar a opção do aluno tomar uma cervejinha depois da aula, principalmente na sexta-feira. “Eu costumo frequentar bastante nos intervalo pra tomar minha cervejinha”, conclui o aluno.

A estudante de Jornalismo Marianna Gomes, 21 anos, lancha todos os dias na cantina da faculdade. Ao sair do estágio não tem tempo de passar em casa e por isso está na sua rotina se alimentar diariamente no campus I da FaC. Ela gasta mensalmente R$80,00 e esse consumo influencia na sua renda. A universitária ainda reclama dos altos preços. “O valor dos alimentos na faculdade são muito caros tendo em vista o público, quase todo formado por estudantes que fazem estágio”, diz. Apesar de considerar os valores abusivos, Marianna prefere lanchar na cantina, mesmo que a oferta fora do campus seja maior. Ela avalia que o comércio externo também é caro e que não tem boa qualidade.

Ao contrário de Marianna, a aluna de Administração, Paula Rafaelly, 25 anos, se alimenta fora do campus II, por considerar maior a variedade de lanches e preços, pois enquanto dentro da faculdade o salgado e refrigerante custam R$ 3,50, a mesma opção em um ambulante custa R$ 2,50. Economia que para ela faz um diferencial no final do mês, já que merenda todos os dias fora, e pode  contar ainda com as outras opções de lanches como açaí na tigela, churros e  até culinária com pratos finos.

Independente do local, dos valores e da forma como será feita a alimentação, uma precaução precisa ser tomada, analisar sempre as condições que os alimentos estão sendo servidos, manuseados e armazenados. Isso previne incômodos e surpresas principalmente na saúde. Outra dica importante é pesquisar, já que existe tanta oferta, é válido observar os locais que vendem o famoso lanche mais barato. Economizar, por exemplo, 50 centavos no dia pode até ser pouco, mas se calculado no mês essa economia pode chegar até a R$ 15,00 reais. Então, atenção às dicas e bom apetite!

Onde foi parar a “Sexta Cultural”?


Seria uma sexta-feira qualquer, não fosse pelo fato de todos serem surpreendidos com uma banda ao vivo se apresentando o pátio da Faculdade Cearense, no Campis I. Aquela era mais uma edição da “Sexta Cultural”, um projeto idealizado pelo professor do Curso de Turismo, Mansueto Brilhante.

A “Sexta Cultural” realizada nos dois campus da FAC era promovida pelos alunos do curso e turismo. Os estudantes que não conseguiram estágio fora da faculdade precisavam levar atrações para os campus, sempre nas sextas-feiras, durante o intervalo entre as aulas. As apresentações variavam entre bandas, grupos de teatro, dança, o que era um refresco para os alunos, uma forma de espairecer, aliviar a mente e respirar um poucos de cultura.

“Eu gostava da sexta cultural, a gente ia pro intervalo e assistia uma apresentação bacana, sem precisa sair da faculdade. Teve uma vez que uma banda tocou músicas do Renato Russo, Legião Urbana, Cazuza, foi muito massa, todo mundo parava pra assistir”, afirma o aluno de Serviço Social, Fernando Lima, 23 anos.

No ano de 2012 o projeto foi suspenso no Campus I da faculdade, segundo o professor Mansueto Brilhante “por conta do ENADE” que demandou uma atenção maior”. Mansueto ressalta que as apresentações ainda estão acontecendo temporariamente, mas apenas no campus II.

Questionando sobre o retorno do projeto também para o Campus I, o professor afirmou eu “existem planos para uma melhor organização no próximo ano, 2014, em que apresentações possam ocorrer em média 4 vezes por semestre, e dos nos dois campus”.

Mas a “Sexta Cultural” parece não agradar a todos, esse é o caso do aluno de pedagogia David Cavalcante, estudante do Campus II onde as apresentações ainda estão sendo realizadas.  Para ele as atrações são chatas: “Não acrescenta nada, pois no dia que teve aqui, começou antes do intervalo e atrapalhou parte da aula, pois minha sala era perto do refeitório, e outra o som era horrível sem qualidade, e não entendia o que se era cantado” afirma David.

Quando questionando se os alunos do outro Campus estariam sendo prejudicados com a suspensão das apresentações, ele afirmou o seguinte: “Não estão perdendo nada, podem ter um intervalo mais tranquilo pra conversar sem barulho. Melhor se tivesse uma exposição de artes no lugar de uma banda de som horrível” disse o estudante.

Apesar dos diversos pontos de vistas, alguns positivos outros nem tantos, a “Sexta Cultural” que deveria funcionar como forma de diversão e ferramenta de valor cultural, infelizmente ainda não está tão presente quanto deveria em toda a Faculdade Cearense.  Maiores investimentos estruturais e uma melhor organização dos eventos devem suprir essa necessidade, mas que infelizmente só deverá ser atendida no ano que vem.

Veja abaixo algumas fotos de uma das edições da "Sexta Cultural"

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
 
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Insegurança ronda a Faculdade Cearense


Informações de estudantes apontam para falha de segurança nas redondezas da instituição de ensino

Ruas desertas e sem nenhum rastro de policiamento. Este parece ser o local perfeito para atuação de delitos por parte de assaltantes. Este cenário vem sendo encontrado nas redondezas da Faculdade Cearense (FAC), localizada no bairro Damas, em Fortaleza.

Relatos de estudantes da instituição dão conta de que não há atuação da faculdade com relação à segurança de seus alunos após a saída dos mesmos, às 22 horas, quando é encerrado o horário das aulas. O vigilante responsável pela segurança da FaC no turno da noite, foi procurado, mas não quis se pronunciar sobre o assunto.

No dia 16 de setembro, Eliane Pessoa, responsável pela Coordenação de Segurança da Faculdade Cearense , concedeu entrevista exclusiva ao blog Factual 62, dando seu parecer sobre a situação. Segundo Eliane, “são dois seguranças armados e dois porteiros cobrindo todo o período, isso no Campus I, mais um porteiro no estacionamento do Ceará e outro funcionário no estacionamento da instituição, eles protegem o patrimônio como o todo, ou seja, bens e comunidade acadêmica”.

Sobre os furtos acontecidos próximos à instituição, a coordenadora enfatizou que “quanto a possíveis furtos nos estacionamentos, cabe às pessoas que utilizam ficarem atentos e não facilitarem, evitando deixar objetos expostos, vidros abertos etc. Inclusive foram colocadas câmeras e refletores por medida de segurança”, explicou.

Eliane ainda concluiu afirmando que “a FaC se preocupa com a segurança e bem estar dos seus estudantes e funcionários, estamos sempre atentos a qualquer eventualidade”, pontuou a coordenadora.

Mas, a mesma situação não transparece nos alunos da faculdade. Para a estudante de Serviço Social, Paula Fátima, de 36 anos, “se passar do horário das dez horas ficamos a mercê na Avenida João Pessoa, esperando o ônibus, já que a segurança simplesmente fecha os portões e deixa a gente livre sem segurança nenhuma”. Para a estudante, “a segurança só existe dentro da instituição, se passar do portão para fora após as dez horas não tem”.

Já na opinião de Fabrícia Góes, estudante do 6º semestre de Jornalismo, “devido à violência que se agrava em Fortaleza, e ao número de alunos que existe na faculdade, a quantidade de seguranças armados e desarmados é insuficiente”. Para Fabrícia, “o horário também agrava muito a questão da violência, da falta de segurança. Vários alunos ficam até tarde esperando ônibus nas paradas. A Iluminação também é um problema para a segurança, a FaC fecha sua iluminação muito cedo, quando ainda há alunos nas paradas de ônibus. Nós alunos ficamos muito vulneráveis à violência”, explicou a estudante.

Segue vídeo abordando a questão da segurança na FaC

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Universo acadêmico traz desafios para alunos do primeiro semestre

Para apoiar o processo de transição, a FaC tem o Núcleo de Apoio Psicossocial

É comum alguns alunos do primeiro semestre sentirem-se deslocados no início do curso. Isso se deve ao processo de adaptação do ensino médio para o ensino superior. Normalmente os recém-chegados encontram na faculdade um mundo novo, prestes a ser descoberto.

No período escolar, parcela significativa dos estudantes está acostumada com algumas facilidades, pois na escola geralmente a preocupação resume-se a estudar e preparar-se para o vestibular e, normalmente, os pais estão sempre acompanhando o desempenho dos filhos.

Em entrevista, o psicólogo Thiago Oliveira, responsável pelo Núcleo de Apoio Psicossocial (Naps–FaC), destacou o processo de adaptação dos novatos. Para ele, quando o aluno chega à faculdade, percebe que tem que resolver seus problemas, buscar informações, procurar resolver os processos, ou seja, o aluno passa a ser responsável por si e isso gera certo receio. É notável também que ainda há certa dependência dos pais.

“A gente encontra muito estudante que ainda o pai ou a mãe vêm perguntar: “como é que eu faço para pegar o boletim do meu filho. Existe essa nomenclatura que é do ensino médio, do ensino fundamental”, frisou o psicólogo.

Na faculdade esse processo é modificado. Os alunos estão na fase adulta e são tratados como tal. De acordo com o psicólogo, o estudante passa a ser mais crítico e mais questionador, pois sai de uma postura passiva, para uma postura mais ativa, sendo instigado a participar, questionar e debater. A faculdade realiza um tratamento diferenciado com os alunos do primeiro semestre, pois eles são inseridos em um ambiente novo e necessitam de um processo de adaptação. Isso implica um novo contexto de ensino e novos métodos utilizados pelos professores. Além dos termos e do processo abordado pela faculdade que são ainda desconhecidos pelos novatos.

Há também uma dificuldade com a escolha do curso, algumas preocupações surgem durante esse período e acabam causando várias dúvidas. É o caso de Gabriela Maciel que iniciou na Administração e mudou para Jornalismo, pois segundo ela tinha a sensação de estar fugindo de si mesma, da sua vocação. “A minha maior dificuldade é conciliar o trabalho com a faculdade, é complicado administrar o tempo. Mas, é esse curso que eu quero, eu me encontrei e tenho certeza que serei feliz. O segredo está no foco. Tenho certeza que serei boa no que escolhi pra mim”, afirmou a estudante do primeiro semestre de jornalismo da FaC.

Já para a aluna Regina Wesliane, estudante do primeiro semestre deJjornalismo, a faculdade está exigindo dela uma responsabilidade maior que o colégio exigia. Mas, isso não está interferindo no seu ideal. “Sempre fui muito comunicativa, desde criança sou muito curiosa, percebi meu lado jornalista e comecei a lutar por esse sonho”, destacou a estudante.

Na faculdade existe o Núcleo de Apoio Psicossocial, criado em 2010, que auxilia os estudantes nesse processo de metamorfose acadêmica. Os interessados devem procurar o atendimento ao estudante e solicitar o acompanhamento com o psicólogo responsável, Thiago Oliveira.

Equipe: 
Fátima Rayanna
Jéssica Capistrano
Pedro Henrique
segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Laboratórios da FaC geram insatisfação por parte dos alunos

Imagem via Google

A cada ano a Faculdade Cearense costuma inovar suas instalações para assim proporcionar aos alunos uma estrutura melhor, e, portanto, melhorar o aprendizado e o bem estar deles dentro do estabelecimento de ensino. Mas, tem deixado a desejar quando se trata de seus laboratórios, pois, segundo estudantes da instituição, o número de alunos aumenta a cada semestre e o desenvolvimento dos laboratórios permanece o mesmo.

A FaC possui laboratórios de informática, rádio, TV e o estúdio fotográfico. De acordo com a estudante do 3º semestre de Publicidade, Taís Nunes, há muito a ser feito para que os laboratórios fiquem em boas condições. “Em relação ao laboratório de informática (campus 1) há muitos computadores quebrados. O estúdio fotográfico sempre se encontra sujo”. Além desses, outro laboratório que é motivo de reclamação de muitos estudantes é o de rádio. “É só uma pessoa responsável pelo laboratório. Para o curso de publicidade, jornalismo ou para quaisquer outros cursos que precisem usá-lo, é complicado, porque são muitos trabalhos que precisamos fazer lá e, às vezes, não conseguimos vaga e temos que fazer fora da faculdade, o que é mais complicado. Pagamos o curso já esperando que a faculdade retribua de alguma maneira; além dos estudos, também compense com tudo que necessitamos”, afirma Taís.

Por outro lado, alguns estudantes gostam da estrutura e não apontam falhas nos laboratórios, como a estudante de Administração, Gabriele Ramos, que diz que o laboratório de informática (campus 2) supre a necessidade e não prejudica o aprendizado. “Quando precisei, supriu a necessidade”, ressalta.

A professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade, Klycia Fontenelle afirma que a estrutura do laboratório de rádio é boa, tem bons equipamentos e bons técnicos. Uma das disciplinas que ministra é de Rádiojornalismo. Mas também aponta propostas de melhorias para o laboratório. “Seria legal uma sala mais ampla, já que as turmas de rádiojornalismo são grandes. E que as caixas de som, que ficam para o pátio, funcionassem melhor. Mas, acho que conseguimos realizar bons trabalhos por lá”, afirma.

Ainda de acordo com a professora Klycia, um ponto que é preocupante são as impressões do Focas, jornal elaborado pelos alunos de Jornalismo na cadeira de Laboratório de Jornal Impresso. “A incerteza da não garantia das publicações causa certa insatisfação entre os alunos e, claro, em mim também”, disse a professora.

O professor e coordenador de Marketing da Faculdade Cearense, Edmundo Benigno, se pronunciou sobre as reclamações dos alunos. Assista o vídeo abaixo:



Equipe

Aglailda Martins
Edmundo Clarindo
Mariana Menezes
terça-feira, 8 de outubro de 2013

Lei garante direitos especiais para estudantes gestantes



O regime especial para gestantes universitárias que está previsto em lei - Decreto-Lei nº 1.044/69 e leis nº 6.202/75 (alunas gestantes) e 10.421/02 (mãe-adotiva), muitas vezes não é cumprido nas faculdades ou nem mesmo é divulgado para as gestantes. Algumas universitárias que não estão informadas sobre a lei, simplesmente trancam a faculdade, por não conseguirem acompanhar as aulas, trabalhos e provas, logo em seguida ao parto. No entanto, existem faculdades que dispõem de informações paras gestantes estudantes em seus manuais que, muitas vezes, estão disponíveis nos sites e nem mesmo são lidos por essas estudantes.

Quando uma mãe universitária consegue se inscrever no regime especial, que é pago, ela recebe instruções sobre como será o procedimento durante esse afastamento. No período em que a universitária fica afastada de suas funções acadêmicas, a universidade fica responsável por mandar trabalhos valendo notas parciais e frequência via e-mail, e isso é acordado no ato do pagamento da taxa do regime especial. Tudo bem simples, mas na prática não é o que acontece.

O que seria um descanso para a mais nova mamãe, acaba se tornando um pesadelo. A desorganização de algumas faculdades faz com que muitas alunas acabem perdendo o semestre, sendo reprovadas por falta de notas e frequência. Isso porque elas ficam esperando o que foi acordado por parte da instituição, porém nada é feito. Mamães mais espertas, vão em busca de seus direitos que por diversas vezes são desrespeitados.

Vendo que o acordo não está sendo cumprido, voltam da licença maternidade sobrecarregadas de trabalhos e provas, tudo o que deveria ter sido feito com calma, vira um verdadeiro transtorno, ou seja, tudo tem que ser feito em cima da hora, então o jeito é negociar com os professores para conseguir conciliar todas as atividades.

Mas os problemas não acabam por aí, mesmo depois de fazer todos os trabalhos e provas, a aluna ainda pode ter surpresas no fim das contas, como, por exemplo, ficar reprovada por falta de profissionalismo de alguns docentes. E se a

reclamação é feita por parte da estudante, a faculdade simplesmente diz que tudo será resolvido, que isso sempre acontece, é tudo normal.

A mulher, durante o período de licença maternidade, precisa de serenidade para passar todo amor e carinho ao novo ser que chegou ao mundo, e faculdades irresponsáveis dificultam (e muito!) esse momento tão especial.

Será que mulheres em “estado interessante” (gestantes estudantes) precisam parar de estudar para ter uma licença maternidade com uma melhor qualidade ou as faculdades é que precisam se adequar melhor para acolher essas alunas? É necessário acima de tudo o respeito pela vida, pelo próximo, aí sim, haverá um melhor cumprimento das leis.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013

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